Olá Pessoal.
Hoje na Entrevista com Escritores #6, será com a nossa ilustre Adriana Vargas, autora de diversos livros como: O voo da Estirpe, O segredo de Eva, O oitavo Pecado e Vozes do Silêncio, todos publicados pela Editora Modo.
Com muita descontração e dedicação Adriana respondeu as perguntas realizadas pela Devoradora.
As capas dos livros:



Devoradora de Livros: Conte um pouco
sobre a sua história, sua carreira, seus gostos...
Adriana Vargas: ...
É sempre uma satisfação me comunicar com os blogs literários e o público em geral. Eu tenho uma história comum em relação aos demais autores e incomum aos que não estou no meio literário e não entendem ao certo, como foi esta reviravolta em minha volta.
Escrever sempre foi para mim, um momento de contemplação – eu e o que tem dentro de mim – e muitas vezes, foi minha salvação, meu momento de reflexão para tomar qualquer decisão em minha vida. Deixei dez anos de estudos e dedicação na área jurídica para me aventurar naquilo que imaginei ter nascido para tal. As pessoas se admiravam de minha impulsividade, perguntando-me: Como tem coragem de largar tudo para ficar se iludindo o dia todo na escrita?
Imagino que hoje o status ligado a qualquer área que as pessoas imaginam vir
a felicidade (dinheiro $$$) é o ideal para a maioria, mas para mim nunca foi. A
mesma situação ocorre quando hoje vejo autores insatisfeitos com o retorno nas
vendas dos livros. A escrita jamais teve a finalidade de emprego ou riqueza,
pois a sua maior riqueza está naquilo que ninguém vê, mas sente – a amor pelo o
que fez sem esperar recompensas por isso. Sei que é bacana o fato de vender
muito, pois para mim isso significa a resposta do público, se este comprou é
porque gostou, mas também está muito ligado ao modismo e tal. Tem gente que nem
se identifica com tal linha literária de um livro que está vendendo horrores e
de repente, acaba comprando esta obra porque todo mundo está comprando.
Eu disse tudo isso para responder a sua pergunta. É com esta linha de raciocínio que fiz a minha ainda curta história, galgada nestes princípios e acreditando nesta filosofia. Poucos entendem o que quero dizer, porque também são poucos os que trabalham de graça, acreditando que esteja fazendo o melhor, porque está fazendo o que ama. Eu só faço aquilo que me faz bem, independente se ficarei mais rica ou mais pobre com o resultado.
Devoradora de Livros: Quando você
começou a escrever?
Adriana Vargas: Comecei a escrever quando aprendi a ler. Eu já desenhava
antes, inventava quadrinhos e criava histórias na cabeça quando via imagens em
revistas e livros. Inventava personagens para minhas bonecas e imagens de
autores que via nas revistas de minha mãe. Creio que foi neste período que
iniciou meu processo de criação e escrita. Quando aprendi a escrever, eu só
coloquei no papel tudo aquilo que já havia criado. Aos oito anos de idade,
ganhei um concurso literário infantil em minha cidade, depois representei o
Estado e depois, ganhei o mesmo concurso em âmbito nacional. Foi bem assim que
tudo começou...
Devoradora de Livros: Qual foi o seu
primeiro livro? Quantos livros você tem publicado?
Adriana Vargas: Meu primeiro livro foi o que ganhei o concurso infantil,
chamava-se ciranda das letras e contava a história de uma menina que não sabia
ler e escrever, mas criou um mundo, onde as letras falavam.
Livros publicados: Ciranda das letras, O voo da estirpe, O oitavo Pecado e O segredo de Eva.
No prelo: Vozes do Silêncio e O túnel do tempo ( O voo da estirpe II)
Projetos em desenvolvimento: Via Crucis Medievalle, Inocence, Vitrine de
Papel.
Ideias: Quero publicar um livro de poesias medievais e sinto muita vontade de escrever um romance gótico.
Devoradora de Livros: Pretende
escrever mais livros de ficção? E qual o seu gênero?
Adriana Vargas: Eu tenho fascínio por romances sobrenaturais. Por este
motivo foco mais nesta linha. Mas também curto os romances adultos
contemporâneos.
Pretendo continuar a escrita nessas duas nuances, pois são coisas que gosto e acredito que quando você escreve aquilo que se identifica, o resultado final da escrita tem maior grau de satisfação.
Então continuarei por enquanto com os sobrenaturais e contemporâneos. Como havia dito, um dia ainda escreverei um romance gótico, mas voltado para o cenário medieval.
Devoradora de Livros: Pode partilhar
conosco o livro que está lendo?
Adriana Vargas: Eu tenho um gosto meio peculiar por literatura, não curto
muito coisas que esteja em evidência ou que virou uma praga geral. Não curto
romances juvenis e ainda não descobri o porquê.
Desde criança sempre li coisas mais adultas ou complexas e é destas literaturas que extraio minhas inspirações hoje. Apesar de andar meio sem tempo para minhas particularidades, estou muito atenta ao meu trabalho como produtora literária, e nesta embarcação, acabei descobrindo o livro de Liana Cupino, Antes tarde que mais tarde II. Liana é diva no que faz e me surpreendeu demais com sua inteligência na escrita, a forma aberta e criativa de interação com o leitor, sem dizer dos pensamentos rápidos e sacadas sutis que teve durante toda a trama. Ao terminar o trabalho desta obra, bati palmas a Liana, ele merece. Estou aqui com o volume II de Destino Intimo, Gisele Galindo, começarei nas férias.
Tenho certeza de que encontrarei verdadeiros tesouros nesta escrita, pois ela é maravilhosa. Este ano, o livro que li e mais me surpreendeu, foi uma literatura que jamais pensaria em ler e me encantar. Primeiro, porque se trata de tema vampiresco. Depois, o público da obra é o juvenil, mas a forma como o autor conduziu a trama, a sensibilidade utilizada para descrever sentimentos e cuidados, fez de Carmela e Lorenzo um livro inesquecível. Tenho até um tema musical para este livro, que é Elephant Gun de Beirut. O livro que é uma verdadeira obra de arte, fiz até um trailer e disponibilizei no youtube. Fora estes, Por linhas tortas, de Cynthia França que também é fabulosa sua trama, e nos mostra uma grande superação existencial.
Desde criança sempre li coisas mais adultas ou complexas e é destas literaturas que extraio minhas inspirações hoje. Apesar de andar meio sem tempo para minhas particularidades, estou muito atenta ao meu trabalho como produtora literária, e nesta embarcação, acabei descobrindo o livro de Liana Cupino, Antes tarde que mais tarde II. Liana é diva no que faz e me surpreendeu demais com sua inteligência na escrita, a forma aberta e criativa de interação com o leitor, sem dizer dos pensamentos rápidos e sacadas sutis que teve durante toda a trama. Ao terminar o trabalho desta obra, bati palmas a Liana, ele merece. Estou aqui com o volume II de Destino Intimo, Gisele Galindo, começarei nas férias.
Tenho certeza de que encontrarei verdadeiros tesouros nesta escrita, pois ela é maravilhosa. Este ano, o livro que li e mais me surpreendeu, foi uma literatura que jamais pensaria em ler e me encantar. Primeiro, porque se trata de tema vampiresco. Depois, o público da obra é o juvenil, mas a forma como o autor conduziu a trama, a sensibilidade utilizada para descrever sentimentos e cuidados, fez de Carmela e Lorenzo um livro inesquecível. Tenho até um tema musical para este livro, que é Elephant Gun de Beirut. O livro que é uma verdadeira obra de arte, fiz até um trailer e disponibilizei no youtube. Fora estes, Por linhas tortas, de Cynthia França que também é fabulosa sua trama, e nos mostra uma grande superação existencial.
Devoradora de Livros: Qual é o
público que você deseja atingir?
Adriana Vargas: Eu não tenho um público formado. Está em formação. Mas
desejo atingir o público adulto. Minha literatura é complexa, meus sentimentos
são complexos. Creio que uma pessoa muito jovem não se identificaria com este
tipo de tema, pois sempre me vejo com 14 anos, lendo O segredo de Eva, e logo
em seguida, sinto-me confusa, lendo e relendo páginas que ainda não vivi, não
sei como entrar e sair de tal situação. Além deste fator, tem o lance da
sexualidade que gosto de expressar e trabalhar. Meus temas geralmente são
fortes, acredito que exista uma certa idade para você abrir a janela de seu
quarto e descobrir que a vida lá fora não é o que você imaginou; assim são meus
livros.
Devoradora de Livros: Como foi o
processo de criação do livro O oitavo Pecado? Quanto tempo durou todo o
processo?
Adriana Vargas: O Oitavo Pecado foi um processo de criação desenvolvido no
isolamento. Fiquei quatro meses trancada no quarto, escrevendo. Sentia dores
terríveis na coluna, mas precisava me importar apenas com a sintonia que eu
tinha com o que escrevia. Foi um livro relativamente difícil de se fazer, pois
Henaph é uma personagem complicada, ela nos remete aos nossos próprios defeitos
e revela o egoísmo de uma forma nua e crua. Precisei estudar a bíblia, a
mitologia grega e muitos princípios para criar o mundo de O Oitavo Pecado.
Devoradora de Livros: O que os
leitores podem esperar das suas próximas obras?
Adriana Vargas: Podem esperar muita sinceridade na forma de escrever e
desenvolver a linguagem. Este é um traço característico meu, e não abonarei de
minha escrita. Ainda podem continuar contando com a profundidade dos
personagens e sentimentos. Não gosto de livros superficiais, nem daqueles que
não possuem conteúdo ou algo a se aprender. Livro tem que ter aquele
inconformismo do leitor com alguma situação; tem que fazer o leitor sentir
vontade de conhecer os personagens e se perguntar – Será que eles existem? Em
quem será que foi inspirado tal personagem? Livro precisa, necessariamente,
despertar no leitor, o desejo de ler o próximo trabalho do autor.
Devoradora de Livros: Quais são seus
projetos para o futuro?
Adriana Vargas: Projetos literários são aqueles foram acima, mas projetos
ligados à literatura são muitos. Quero investir em viagens por todo o Brasil,
levando literatura nacional às capitais e fundar alguma premiação anual para os
autores de nosso País. Também quero desenvolver oficinas literárias em escolas
e Universidades.
Devoradora de Livros: Foi difícil
lançar seus livros? Não só escrever, mas de fato conseguir que eles fossem
publicados?
Adriana Vargas: Sim e não. Sim, porque ninguém se importa com seus sonhos
como você se importa, e não, porque eu me importei demais com eles, e isso fez
com que as coisas caminhassem um pouco mais rapidamente em minha carreira
literária.
Esta questão de publicação é híbrida. Existem duas faces. A face das editoras que somente querem os autores já reconhecidos, mas isso tem mudado muito hoje. E a outra face, é a do autor que não quer nada com a dureza e acredita que publicação significa apenas recebimento de direitos autorais. Então... Quando você encontra as duas faces em seu caminho e quer publicar uma obra, tudo se torna muito difícil.
Devoradora de Livros: Para os novos
escritores que estão adentrando no mercado, qual mensagem você deixaria para
eles?
Adriana Vargas: Não espere nada cair do céu. Não existe um paraíso literário
dentro de uma ilha. Se você quer sucesso, terá que investir, gastar, viajar, se
jogar no sonho, se abandonar no sonho. Você terá que abrir sua mente para ouvir
críticas. Saiba que se fizer sucesso, será mais observado que antes, e sempre
terá alguém para te fazer cair das nuvens e mesmo assim, terá que continuar,
acreditando em seu trabalho e no motivo sincero que te faz escrever hoje. Se
você quer fazer da escrita, sua profissão, não é proibido, mas acredite, você
fará isso num país que sua cultura principal não é a literatura, e que este
fator poderá te frustrar tanto a ponto de te levar a desistir. Escreva porque
você ama, porque precisa disso para se identificar. Escreva apenas porque você
é escritor.
Devoradora de Livros: Para finalizar,
qual é a mensagem que você gostaria de passar aos leitores da Devoradora de
Livros.
Adriana Vargas: Acredito que a maioria dos leitores possui um blog e um
objetivo com este canal de informação. Não se deixe envolver por objetivos
fúteis. Tenho visto blogues literários hoje, direcionados a eventos que não
constrói em nada, por exemplo, difamar, cometer sensacionalismo com a imagem
alheia, a fim de arrumar o maior número de seguidores e se safar de passar a
mensagem da literatura num pais tão pobre e carente quanto ao nosso. Ao invés
de criar em seu espaço um incentivo para nossos leitores, criam espaços para
ativar a intriga, fofocas, exposição do ego, etc. Não percam seu tempo e
oportunidade com assuntos fúteis como estes, que não servem para mais nada além
de atrasar ainda mais a ascensão literária em nosso país. Leiam, criam projetos
de apoio e incentivos, e apresente este tesouro a nossa sociedade.
Obrigada pela oportunidade de falar um pouco sobre minhas crenças e pela atenção ao autor nacional.
Sensacional Adriana!!! Estou impresionada com seu ponto de vista.
Acredito também quando realizamos um coisa que gostamos sem esperar retorno financeiro, as coisas fluem melhor e tem mas chances de dar certo.
Acho que este país precisa muito e com urgência de incentivo a leitura, não vejo isso nas escolas, casas e em outros lugares, nosso jovens e adultos estão cada vez mais preguiçosos e desinteressados a ler. As estátisticas comprovam isso.
Quem
agradece sou eu, por seu tempo, empenho e dedicação a respender as perguntas!
Muito Obrigada!!!!
Muito Obrigada!!!!
Bom pessoal, espero que tenham gostado da Adrina e da entrevista.
Conheça a escritora: Blog
Beijos,
Devoradores até a próxima semana ^^
